O universo tende a ferir. Ele encontra sentido na destruição, em empurrar o copo para a borda da mesa e em derrubá-lo. Nossas moléculas unem de um acaso e eventualmente se separam de novo. E a cisão dói, fisicamente, espiritualmente. Toda quebra é precedida por algo completo ou com intuito de completude. A destruição, portanto, leva a perda de um sentido, e a perda é feia e soa errada. Talvez exista sentido no errado, talvez seja essa a natureza das coisas. E o que a gente faz com isso, com o sentido das coisas, é que a gente esquece, vive a par e mascara, contrói, busca sentido no início e no novo. Alguns fazem poesia, outros constroem imagens, uns choram. Independente do que é feito após o `fim`, o universo seguirá e as coisas continuarão se estilhaçando, se repartindo para sempre e potencialmente se unindo a algo de novo. Uma nova união, uma ligação não planejada, algo que nunca teria sentido antes.