Ornamentos e pequenos desenhos
No meio de várias iluminuras, afrescos, murais, quadros e desenhos da arte medieval européia que eu tenho visto na pesquisa pro livro, um detalhe que sempre me chama atenção é o cuidado com a arte que orna as imagens/objetos. Esses ornamentos ora desenhados, ora esculpidos são feitos com muita delicadeza e costumam ter forma de ramos, animais e pessoas. Apesar de não serem o motivo principal, na maioria das vezes esses detalhes não se apresentam sem propósito, mas complementam a mensagem da imagem principal ou informam a sua própria narrativa. Achei isso fascinante quando comecei a pesquisar mais a fundo os significados. Pra conseguir adicionar algo desse estilo dentro do livro, comecei a ensaiar algumas representações, pra encontrar algo que fosse importante pro conjunto de símbolos da história, que tivesse uma constância visual e que de certa forma agregasse sentido as paginas. Encontrei muitas referências excelentes no caminho e elas foram valiosas pra que eu chegasse no que está no livro agora. Como tudo quando se trata de arte, as referências servem muito como um ponto de partida pra que eu chegue em algo que ressoe mais comigo.
Na simbologia da história a serpente representa o reino da Merikânia, mas na mitologia humana a serpente também é símbolo de materialidade e de tudo ligado a valores terrenos. O pássaro, outra imagem importante pra história, é o representante da vinda do pássaro azul. Na mitologia o pássaro é associado ao mundo espiritual e - contrario à serpente- o desprendimento de valores terrenos.
Além dos ornamentos, outra representação artística que eu encontrei em pesquisa foram os desenhos que adornam os vasos, recipientes, colunas, móveis e outros objetos. Esses são mais comuns e é muito fácil lembrar deles quando a gente pensa sobre arte grega, por exemplo. Eu decidi que adicionaria isso também aos objetos que aprecem na história, e pra que eles fossem constantes eu defini algumas imagens que apareceriam sempre: as cobras, o rei, o pássaro e os nobres. Essas imagens geralmente celebram histórias de guerra, conquistas, eventos etc na arte grega. No livro, elas tem a mesma função e remetem a mitos da Merikânia, feitos dos nobres e partes da própria historia do rei merikanês.
Nos materiais de referência alguns livros tem sido muito importantes: O "manuscritos notáveis", de Christopher De Hamel, "O poder do Mito", de Bill Moyers e Joseph Campbell e - até certo ponto - o Al-Andalus: The Art of Islamic Spain". Além desses eu destacaria também alguns manuscritos medievais que foram e tem sido bastante influentes, o "Livro dos Kells", o "As horas" de Spinola, o "Evangelhos de Lindau" e o "Livro de Horas Preto" de Bruges. - H