domingo, 3 de julho de 2016

Uma nota sobre storytelling


Recentemente eu percebi que de alguma forma eu quero ser um contador de histórias. Não é como se fosse uma opção, na verdade. É que a minha mente precisa criar enredo pras coisas, metaforizar experiências da minha vida, personificar sentimentos e dar pra eles origem, sentido. Me deixa feliz com o mundo, dá propósito pra minha vida e me ajuda a aceitar as situações que eu vivo. De certa forma, acho que todo mundo experienciou isso quando inventava as próprias aventuras com os brinquedos na infância. Não por acaso Toy Story tem todo esse impacto. 

Eu lembro das histórias e sagas que eu inventava e “gravava” com meus ursos de pelúcia, lá na infância. Séries inteiras, de vários “filmes” que eu passava o dia inteiro “gravando” com caco (o macaco), sapien (o sapo) e o resto da turma de animais de pelúcia. “Caco vai a China”, “A noite de natal” etc etc. Eu amava passar o dia no quarto, criando e criando, e isso me tomava esforço nenhum. Depois passei a escrever pequenas histórias em quadrinhos de super heróis, recortadas, dobradas e devidamente grampeadas, que vinham em séries. O “Super S”, “vida de formiga”, turma do tomate” chamavam. E tiveram também narrativas ilustradas, ideias de uma grande series de livros, quadrinhos etc. Todas essas histórias tinham algo de comum: nunca saíram da minha mente, ou se saíram, se materializaram de forma incompleta. 

Quando eu cresci mais um pouco as histórias continuaram a aparecer, mas cada vez menos foram escritas ou desenhadas. O desenho em si se tornou mais escasso, e só recentemente eu tenho pensado em finalmente transpor novamente minhas histórias pro papel. Isso principalmente porque amadureci, e cada vez que eu reflito sobre a vida e percebo que, como tudo que vem e vai eu, eventualmente, também irei. Mas quero que minhas histórias fiquem. A parte que me deixa pensativo e que me motiva é que se eu não contar minhas histórias, não desenhar, não escrever, ninguém vai. Todos os personagens que criei,  os cenários que eu imaginei, o estilo de desenho, as lições, se eu não colocar em pratica ninguém vai colocar. 

Entāo, recentemente eu tenho tentando voltar à prática de criar universos com histórias, personagens, e várias culturas. Mais do que isso eu tenho batido cabeça pra descobrir como transformar isso num produto, algo físico. Várias ideias já surgiram. A última que me apareceu é a de criar um zine/art book sobre as viagens do Otto, esse personagem com a nave de alguns posts atrás. Ele faz parte do mesmo universo que tudo que eu já criei relacionado ao rei tigre. A história do Otto é uma road trip, onde ele descobre o mundo que rodeia ele. Meu plano é ter um material robusto até o fim desse mês de julho. É um desafio pessoal, mas que eu to muito animado pra correr atrás. Já tenho algumas ilustrações prontas e várias outras planejadas. Não tenho certeza se vou conseguir imprimir e vender várias cópias, mas pretendo conseguir algumas. No fim, espero que seja um trabalho que marque meu início como contador de histórias. Algo finalizado, uma história com início, meio e fim.

2 comentários:

  1. Francamente eu estou curioso pra conhecer o mundo que rodeia o Otto, seu estilo é fascinante, simples de uma forma que passa uma sensação boa ao ver.

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    1. Muuito obrigado, Renan! fico feliz que o estilo agrade, demorou um pouco até eu me sentir confortável em um. Em breve mostro mais do que to preparando sobre a historia do Otto :-))

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